Eu sou um artista contemporâneo e no começo eu era bastante rebelde, qualquer coisa velha, eu nem queria prestar atenção. Mas depois, eu voltei de nova york, comecei a estar apaixonado pelo que aconteceu antes. Comecei a ver e tentar entender, a habilidade artesal reflete o entendimento deste grupo de pessoas, e como eles sobreviveram e como se entendiam ao tentar lidar com, expressar a si mesmo. O q é impressionante é ver esta logica e entendimento. Claro que nos dias de hoje e na sociedade moderna, a maneira como entendemos o material e a habilidade artesanal de construir difere bastante. Mas mesmo assim toda maneira de fazer reflete uma moral, uma estética e uma filosofia. Entao acho que isso é uma parte muito fascinante, de ver a tradiçao da arte, ver como sao feitos julgamentos, e decisoes, e quando e como vemos alguma coisa que passa a ter valor, passa a ter um tipo de poder espiritual.

Minha relação parte da curiosidade. É claro que a arte envolve a habilidade de fazer, estamos sempre nos perguntando sobre o material que a cultura criou antes de você. Você tenta imaginar o que estava acontecendo, e por quê. Vendo do ponto de vista histórico, você vê qual luta estava sendo travada, o artista trava a luta, mas não sabe muito bem qual luta é esta.

Me dedico as tradições não só para a aprender uma maneira de diferente de fazer, mas por uma curiosidade para saber como que em tempos diferentes as pessoas exercitavam sua estética através da cultura material, nao importa se é pedra, seda, madeira, existem muitas razões fortes por trás para as coisas serem feitas de um jeito e não de outro.

A idéia do seculo vinte é fazer o que é novo. Mas filosoficamente, criar o novo é entender o velho. Para destruir o velho você precisa entender perfeitamente o que é este velho, se não você não poderá destruir realmente. Eu penso que é como devemos, se queremos uma nova definição, precisamos saber qual era o velho conceito.
cerco coreográfico n.1
"Mao tinha um slogan de que se podemos destruir um mundo antigo, também podemos construir um mundo novo. Construir um mundo novo tinha que estar baseado na destruição de um mundo antigo. É quase como uma situação branco e preto."

Fascinado pela historia pré-revolucionária e pelas tradições culturais antigas artesanais, ele encontrou meios de incorporá-las em seu trabalho. "Eu ia a mercados de antiguidades porque eu queria tocar aqueles objetos, levei seis anos para entender realmente todos os aspectos de como a história move-se através das formas, tecnologia, e artesanato."

"Eu comecei a reconstruir móveis clássicos, mas a qualidade mais especial é que tudo é construído sem pregos. No período da revolução cultural, destruíamos tudo. Se você realmente quer destruir algo, você tem que realmente conhecer e entender isso, para fazer o ato ser gracioso e aí o original e o novo podem co-existir no novo corpo. E isso que cria uma espécie de tensão e poder."